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Keila





Padrão
Eu era algo talvez quadrado, quem sabe curvo, ou inclinado.
Eu tinha, uma abertura, ou nenhuma, talvez tinha duas e tantos de largura por outros tantos de altura.
Eu tinha um brilho, talvez fosse reflexo e uma luz própria ou peguei emprestada.
Eu tinha um contexto, ou só um pretexto eu tinha razão ou talvez não.
Eu tinha certezas, maiores que as dúvidas, talvez vice e versa ou etc.
Eu tinha tudo cheio de nada. Eu era completa de tão incompleta.
Eu era feliz, sou ou serei, é tudo constante em minha inconstância.
Eu tinha um ideal, talvez um sonho ou até utopia.
Eu tinha um ponto, talvez reta ou curva.
Minha única certeza é que não havia você.
Todo gráfico tem seu ponto 0.
Toda reta tem seu ponto.
Toda curva tem seu centro.
Eu e você podemos ser um conjunto vazio.
Não importa o que fomos, estamos prontas e juntas para recomeçar, reaprender.
Não importa nossas experiências ou falta dela.
Não cabe nada aqui, além do novo.
Taças vazias de agora em diante.
Sem culpas, cobranças sem necessidades de certezas.
Não precisa haver chão, terra firme tem seu ponto fraco.
Assim como o ferro é derretido pelo fogo.
Garantias não são nada, assim como o pra sempre, sempre acaba veja, pois somos mortais.
Eu tinha medos de tão segura. Eu tinha coragem de tão insegura.
Eu tinha... Passado.
Hoje... Eu tenho necessidade, urgência.
Amanhã ... impermanência!


_Keila Almeida_



Fera... Ferida .... Felina....Fatal




(...)
Felina com seus olhos sempre fatais estavam a me fitar com um brilho negro que parecia refletir minha pele banhada em suor após ser despida e devorada.
Cruel com a boca de tom vermelho-sangue mostrava seu sorriso cujos dentes revelavam se afiados para rasgar minha carne.
Selvagem com as unhas que sempre mudavam de cor, aparadas e preparadas na medida para cortar minha pele.
Na sua pele está tatuado o mapa do seu prazer, ao percorrer cada linha, lhe arranco gemidos, suspiros e suplico.
O perfume me embriaga como um boa noite Cinderela quando dou por mim estou ali, banhada em suor entrelaçada a ela coração a mil corpo em chamas cama bagunçada.
Amanhece!
...
Levanto me!
...
De novo a Rotina!
...
Entardece!
...
A ansiedade me domina!
...
Anoitece!
...
De novo adormeço!
...
Outra vez enlouqueço!
...
Novamente caio na armadilha!
...
Mais um sonho!
...
Lá vem ela, felina , cruel, selvagem.
...
Já posso ouvi-la sussurrar!
...
_Keila Almeida_


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Essa chama que se chama!



Era uma tarde de outono!
Como de costume recostei-me a porta para tomar um café.
A Poucos metros avistei um vizinho a soltar um balão sim eu avistei exatamente de onde ele saiu.
Pensei em denunciar, mas era tão belo...
Representava exatamente o sentimento que eu carregava no meu coração aquele momento.
- Explico!
A poucos anos eu chegava nessa cidade com pouca esperança e fé enorme.
Lembro que havia uma chama em mim, que crescia aos poucos.
Havia um pouco de tristeza por tudo que deixei para trás, trouxe apenas a mala e um punhado de sonhos e um troco para um mês.
Lembro exatamente de todas as mãos que me seguravam e me diziam não vá...
Você não vai conseguir, mas a chama ardia e era mais forte que aquelas mãos que me seguravam.
Houve ventos favoráveis, contrário, turbulento eu perdi o norte por muitas vezes.
Por várias achei que iria cair e destruir comigo tudo ao meu redor.
Mas resistir e de repente me dei conta que como aquele balão que eu já o perdia de vista.
Eu voei, cheguei mais alto que pude imaginar.
Agora não mais imagino apenas sigo, enquanto houver chama meu destino é ir mais alto!
Essa chama!
Chama-se.
Fé...
Amor...
Esperança...
Ânsia de viver!

 _Keila Almeida_

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