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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Um livro



     Quando tive contato com um livro, eu estava na quarta ou quinta série. Calma lá que não me refiro a um livro em geral e sim a um livro onde eu o li do começo ao fim. Ele foi indicado pela professora na época, para incentivar aos alunos lerem dos mais variados títulos.
    Eu me recordo do livro que li e se chamava O Mandarim de Eça de Queirós. Me surpreendi, primeiramente em como era possível um livro conter uma história tão fora da realidade, pois afinal eu não sabia que se podia inventar, criar tais histórias e também me lembro que fiquei triste com o desfecho dela.
     Não era comum o incentivo a leitura na minha família. Acreditava se que era mais importante trabalhar e ganhar dinheiro a ter de estudar. O estudo era uma questão básica, importante apenas para se conseguir trabalho um pouco melhor e só. Foram poucos, na minha família, que se formaram em cursos superiores, sendo que apenas nas gerações mais novas.
     Fiquei fascinada e li o livro em pouco tempo. Já não lembro toda a história, mas eu me lembro da sensação que senti por ela, por estar lendo e também ao contar sobre ele para a professora. Queria lembrar da professora também.
     Mesmo depois dessa tentativa de incentivo eu ainda continuei sem muito contato com a leitura por um longo tempo, vindo retomar o gosto aos 16 anos. Foram muitos e dos mais variados títulos, alguns já nem me recordo se li, outros tenho vagas memórias, mas as sensações são elas que ficam na memória, as sensações de como é ler um livro, de como está o meu estado de espírito e também como eu me sinto depois, isso sim eu acho uma das coisas mais importantes que eu vou levar para o resto da vida depois que abriram essa porta para mim. Tocar nas páginas, porque hoje em dia podemos ler digitalmente, mas sentir o toque do papel, o cheiro, o peso esse é um prazer que dificilmente eu vou esquecer.
    Gostaria de agradecer a professora que me incentivou dessa maneira, mesmo que eu tenha uma infinidade de livros para ler e eu sempre vou ter esse prazer como companhia.
    
    Queria lembrar da professora. 



Regis Pinheiro, 27/05/2017
Acima de todos os gêneros, de sentimentos fluídos, apaixonada, de par com a  das mulheres mais incríveis do mundo e acreditando que vale a pena ser o que é.

domingo, 21 de maio de 2017

Estou me aquecendo de novo



Estou me aquecendo de novo. Minha alegria está voltando de dentro para fora
Tão sonhada e tão desejada é essa alegria. Acredito que, de fato, ela vem de dentro para fora. Mas você poderá dizer que não, que ela pode transbordar, por exemplo, ao ver um sorriso de uma pessoa que você gosta muito. E o que seria esse sorriso para você se sua alma já não estiver preparada para recebê-lo?! Então sim, essa alegria sai de dentro para fora.
E quando sua alma não consegue sentir essa alegria? Se para todo lugar que você olha essa tão sonhada, tão desejada alegria não transborda? O que podemos fazer?
Não dá para emanar simplesmente o amor, assim como não dá para emanar a alegria sem ter uma razão para senti-la.
Fica vazio. Vazio.
Endurecido
Enfurecido
É raivoso
TRISTEZA
Não obstante vem à tristeza te desperta para a vida. Mesmo triste é possível ver beleza? Ver um sorriso? Ver o amor?
 É preciso galgar devagarinho para não perder o que de melhor se emana na alma. É passo, no compasso, no metrônomo, tum tum tum, no pulsar, no dedilhar, no tilintar. Com calma.
Devagar
Calma
A alma se refaz e então a alegria volta de dentro para fora.

Regis Pinheiro, 20/04/2017
Acima de todos os gêneros, de sentimentos fluídos, apaixonada, de par com a mulher mais incrível do mundo e acreditando que vale a pena ser o que é.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

O que tem sentido? Que sentido tem?


















Ameaçador,
ameaça a dor,
ameaça à dor?
Perdedor,
perde a dor,
perde à dor!
Ganhador,
ganha dor,
ganha a dor.
Retificador,
retifica dor,
retifica a dor.
A dor ... há! ... dor.
O que tem sentido?
Que sentido tem?
Próprio?
Visão, 
audição, 
tato, 
paladar?
Figurado?
Vida é ida, escolha o lhe aquece a alma, a alegria vem de dentro para fora.
Pois já dizia uma antiga filosofia, "Isto também passará!"

_Keila Almeida_














sexta-feira, 5 de maio de 2017

Eu queria ... eu quero ... mais ... mas,


"Até que você torne o inconsciente em consciente, aquele irá direcionar a sua vida e você irá chamá-lo de destino." (Carl Jung)


Eu queria ter um corpo sarado, mas sabe eu amo experimentar diversas culinárias.
Eu queria ver o amanhecer, comprar pão quentinho de manhã tomar um café quente depois pegar uma trilha, mas eu amo filmes e séries, nunca durmo antes das três até vejo o amanhecer e nada mais antes de brilharem as estrelas.
Eu queria, aprender Inglês, Alemão e Francês , linguagens de programação, Hipnose e surf, mas nada disso tem nada haver eu tenho trinta anos, amo conversar com as pessoas, musica e uma boa reunião para beber com amigos.
Eu queria Morar em Bruxelas, eu queria viver no Brasil, ou passar um tempo no Canadá, mas eu tenho um trabalho, alguns semestres de faculdade e uma vontade imensa de que tudo de certo.
E falando em tudo da certo, o que seria.
São tantos eu queria e outros tantos mas.
São direito e deveres,
Necessidade e quereres.
Batalhas intermináveis de sobrevivência.
E como já dizia Belchior, "Não quero o que a cabeça pensa, quero o que a alma deseja",
...

Mas é seguro sonhar, inconscientemente realizar o que conscientemente a cabeça nega.
...

"Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta." (Carl Jung)


_Keila Almeida_

quarta-feira, 3 de maio de 2017

“Não quero o que a cabeça pensa, quero o que a alma deseja” (Belchior)


Sabe aquele plano que elaboramos noites a fio para dar tudo certo? Bem, felizes somos quando percebemos que ele existe para ser subvertido.

Soluções para sermos bem-sucedidos em sociedade estão a mão: tenha isso, faça aquilo, mire-se nas aparências que estão em voga, repita discursos sedimentados. E a roupa exclusiva da C&A que foi produzida aos milhares lotam as araras de lojas que aguardam milhares de compradores, sem exclusividade nenhuma.

Saio de casa todos os dias, bem cedo, para ir trabalhar. Quando já estou no meio do caminho, minha alma olha para o céu. Sim, eu ainda consigo sentir como o nascer do sol é bonito!

Esse poderia ser um dia diferente dos outros. Em vez de deixar o nascer o sol passar, eu poderia ir com ele. Daria meia volta, buscaria meu filho na escola e passaríamos a tarde no parque. Ora deitados na grama, ora caminhando devagar. Depois acharíamos um lugar bacana para tomar outro café da manhã, mas um mais gostoso, daqueles quentinhos, com gosto de padaria.

Sim, desta vez eu poderia...


Cris Couto, 03/05/2017