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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

ACORDA NEGA, por Cris Couto

VALEU A TROCA?

            Seven Pouds conta a história de Ben Thomas (Will Smith), um homem sucedido que comete um acidente de carro por imprudência: estava lendo e escrevendo mensagens de texto no celular enquanto dirigia. Seu carro chocou-se com uma van e sete pessoas morreram nesta tragédia, inclusive sua noiva. Ben é absolvido pela justiça, mas não por sua consciência. Sua saída para dar fim à pesada culpa que carregava e redimir-se do erro foi suicidar-se por meio da doação de seus órgãos para sete pessoas que considerou como merecedoras deste gesto. Imperdível.
            Seven Pounds estreiou em 2008, mas só assisti esse filme agora. Identificação. A saída redentora de Ben Thomas pode reaparecer com diferentes nuances na vida, Acredito que, ao ver esse filme, eu tenha encontrado um ponto de basta.
            Minha mãe me avisou que estava com problema cardíaco no início de 2012. A vida e a família não aliviavam para ela: seu sacrifício era explícito. Pouco antes de morrer, voltou às atividades da igreja. Suas amigas diziam que ela só tinha reaparecido para se fazer lembrada e, por fim, se despedir.
            Minha separação turbulenta precedeu seu ataque cardíaco. Foi uma confusão danada e ela não conseguia não se envolver e nem deixar de ser envolvida. Na manhã de sua morte, nós duas conversávamos na cozinha enquanto eu tomava café. Era bem cedo e eu viajaria a trabalho. Não fui e, três meses depois voltei de vez.
Assim que cheguei, de pronto assumi parte dos cuidados com a família: amores que implodiram um coração materno em todos os sentidos. Passei dois anos secundarizando minhas escolhas e fui covarde para dar a ver um divórcio já consumado. Detonei minhas expectativas pessoais, enterrei o que eu tinha de vida e empenhei meu nome e meu afeto para acobertar um zumbi.
Impossivelmente, procurava reparar minha falta materna no mundo e achava que poderia encaminhar os conflitos de família de maneira melhor do que ela fizera. Ingênua, só no meio da trama que fui me dando conta de que tudo era coisa demais. Ledo engado e importantes lições: as pessoas não mudam e eu não sou a minha mãe.
            Exatamente hoje, 31/08/2016, faz dois anos que internei meu pai para transplantar seu fígado cirrótico. Essa jornada durou dois anos (2012-2014) intensos de co-internação e um ano a mais para meu desmame (sim, a gente vicia em sofrimento!).
Penso que fui movida por uma culpa mórbida, acreditando que, ao abdicar de me fazer ser, eu poderia compensar a dor da morte da mulher que foi meu norte durante a primeira parte de minha vida. Essa ilógica não retrocedeu o tempo nem trouxe minha mãe de volta e, após quatro anos de seu falecimento, ainda arrasto o pezinho nesse luto que por vezes chora e, em outras, sangra.
A queda foi dura e fiquei estilhaçada. Só de escrever isso, renovo o sentimento que garantiu minha entrada em análise: a garganta trava e sangra toda vez que tento engolir meus cacos. Já agonizei noites certa de que não precisaria de outra manhã. Sinto que perdi a bússola e não sou a sombra do que já fui.
Para romper com a dor, deixei de cultivar zumbi e passei um valioso tempo procurando minha imagem nos espelhos que me refletiram algum dia. Hoje, escuto mais e falo menos. Um banzo perene invade meus meses de agosto. Nessa época, faço o balanço das minhas tentativas constantes de reelaborar versões de mim mesma. Ainda falta, mas cada vez menos.

Cris Couto, 31/08/2016

Sou Cris Couto: mulher, negra mãe e escritora.
Publico no blog Flor do Dia: Coletivo do Bonde às quartas-feiras
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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Futuro do Pretérito


E essa é minha ultima história de futuro de pretérito.
Depois dessa, só o presente me interessa.
Porque eu te olhei com amor. Eu ouvi você falar de tudo o que queria, de tudo o que esperava. E foi impossível não pensar que eu te daria tudo isso e muito mais. Todo o amor, toda a atenção que você merece. Eu não te esconderia. Eu teria orgulho de você. Eu teria orgulho de passar meus momentos com alguém com a tua delicadeza, com a tua inteligência, com o teu caráter.
É sempre difícil quando chega esse momento em que não tem mais pra onde ir. Onde tudo o que tinha pra ser dito já foi dito. Onde não há mais nenhum sim, ou nenhum não, que pudesse mudar o resultado. Onde a gente percebe que os caminhos da vida são rebeldes.
Eu te quero feliz.
Dessa vez eu paro bem antes. Não vou tão longe quanto da ultima. Porque a ultima me despedaçou, e nem sei se eu já tinha de volta todas as partes que ficaram pelo caminho.
Ser livre. E acreditar na força da vida. E acreditar que, ainda que a gente não veja nada adiante, a vida sabe pra onde está nos conduzindo. Porque eu acredito que nenhum amor é em vão. Se ele pode ser sentido, existe alguma razão. Ainda que a gente não saiba.


Thais Stella

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Precisamos falar sobre o direito de ser como somos.



Representatividade importa. 
Quando eu trabalhava em um escritório de uma multinacional, eu soube que tinham se acabado minhas chances de crescer na empresa no exato momento em que fui trabalhar com uma blusa de mangas mais curtas e mostrava minhas tatuagens no braço.
Ora, eu sempre tive orgulho das marcas que tenho, das escolhidas que representam momentos da minha historia, representam minha coragem, declarações de amor. Mas naquele dia eu soube que nunca sairia da posição que eu tinha alcançado e aceitei isso.
Eu fiquei do lado que não avança.

Minhas perguntas eram:
Qual a necessidade que temos em rejeitar tudo aquilo que não é igual?
Qual o nosso problema e necessidade, em julgar qualquer um que não esteja de acordo com o que nós achamos que tem que ser?
No dia em que derrubarmos nossos preconceitos com relação aos tatuados, aos carecas, aos cabelos blacks, trançados, com dreads, aos alargadores, aos moicanos e tantas outras coisas que nada são além de características  que só dizem respeito a cada um que as tem, talvez nesse dia sejamos mais conscientes do que realmente significa respeito e igualdade.
Quando decidimos que alguém não serve a uma determinada ocupação seja por idade, tatuagem, cabelo, cor da pele... Tiramos o direito e a dignidade dessa pessoa.

Representatividade importa!
Avalie a pessoa pessoa pelo o que ela é. Não por sua roupa.
Avalie o empregado pela sua competência. Não pela tatuagem em seu braço.
Avaliem-nos por nossa índole e nosso caráter. Não pela cor do nosso cabelo.
Sejamos apenas humanos!

Beijos Azuis. 


Escrito por Mariah Alcântara
Publicado originalmente no Blog Flor do dia: Coletivo do Bonde
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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Nem mais um milimetro









Na multidão, nossos olhares se encontram e desencontram.
Procuram-se para , fugir em seguida.
Deixo assim, olho o horizonte enquanto sinto seu olhar percorrer meu corpo.
Não sei se gosta deste jogo ou se o medo lhe domina.
E tudo novo eu sei e como sei! Não tenha pressa mas apenas não me afaste por seus medos.
Não irei mais além, nem um milimetro mais se não disser que devo.
Apenas quero estar nesta distancia já calculada dos seus olhos, lábios , respiração.
Até que um dia diminua a distância a cada segundo ou não.


_Keila Almeida_

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O que esperamos

Conversar é bom, cabe tanta coisa em uma conversa que as vezes tenho a sensação que passamos uma vida inteira em uma hora.

O ouvir trás tantas coisas boas de experiências que não vivi (sim, há experiências que até agradeço por não ter passado e dói por saber que aqueles que amo viveram e nada mudará isso), experiências que não terei mais tempo para viver, da infância que já foi escrita, da adolescência que não se apagou.

O falar também é capaz de trazer tantas sensações importantes. A sensação de não ter sido ridícula naquela festa (não sozinha pelo menos rs)...a sensação de ser ouvida, de ser importante, de saber que a atitude poderia ter sido diferente em determinada situação.
O falar me dá a possibilidade de me ouvir.

Em geral percebo o quanto as pessoas estão focadas no que querem, para o futuro, para o amanhã e ou o qie goatariam de ter feito e não fizeram. E numa dessas conversas eu de repente me vi exatamente assim, me perguntando tantas coisas que jamais terão respostas.

E se eu tivesse tomada outra decisão? Se tivesse feito outro caminho?  Se não tivesse ligado para ela? Se tivesse dito que não queria? Eu não estava preparada, porque não falei?
Eu quero uma nova casa ou um apartamento? Quando eu tiver meu filho...quando eu tiver outro emprego...quando eu for a Paris...

Entre tantas conversas ouvi: Você gostaria de ter um pouco da minha vida,  enquanto eu gostaria de ter um pouco da sua!

Pensei: Uau! Que sacada interessante.

Fazia mesmo sentido naquele momento por que de fato eu estava me questionando em como seria a minha vida se fossem outras escolhas e muito provável que seria parecida com aquela que não estava bem, ali diante de mim, se questionando e querendo ter o que eu tenho.

Foi então que pensei que muitas vezes esperamos para ser ou viver algo quando determinada coisa acontecer.

Gosto de viver os momentos,  vivo a vida por todos os poros, sou apaixonada mesmo por viver,  porque tenho a certeza de que não durarei para sempre.  Um dia a minha vida acabará, cedo ou tarde (espero que tarde).

Não há como esperar isso ou aquilo acontecer para começar a ser feliz, senão talvez não seremos.
Que sejamos felizes do jeito que dá pra ser, dentro do que nos possibilitamos.

O que esperamos muitas vezes não virá se não formos buscar. Vale a pena se divertir no caminho também.

Então depois de uma conversa, acordei para mim, me vesti de mim outra vez aproveitei a livraria, a caminhada pela avenida e ao chegar em casa me permiti ser feliz ouvindo o CD novo como uma criança com seu novo brinquedo.
E canto...

Por: Renata

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Por hoje

A cada passo, o abismo me espreita. Já o conheço de outras temporadas.
Tudo vai ficando mais preto-e-branco a cada minuto. Eu sei que o tempo se esvai. E se tento segurar, seja como for, ele parece correr ainda mais rápido.
Sinto tontura e sangue na boca a cada passo. Ao longe, uma mulher grita no hospital. E o cheiro... ah, meu Deus, o cheiro que me deixa nauseada a alma. Não está claro nem escuro, tudo é meia luz. Quando eu soube que o problema era no pulmão dessa vez, lembro que algo dentro de mim gritou: Pulmão não, por favor, pulmão não... Na memória a mulher que sufocava sem respirar. Você não precisa ser invadido pela mesma memória. Eu ouso sorrir, como se não fosse nada. Eu sou a que abraça, acolhe, e faz um cafuné. Eu sou a que diz que no final vai ficar tudo bem. E eu acredito em cada palavra do que digo. Pode olhar nos meus olhos. Não haverá nem meia dúvida.
Mas então o dia vira. Eu já enxergo os primeiros raios de Sol. E então eu me despeço por agora, e de longe ainda vejo seu sorriso, e você se esforça pra me jogar um beijo de longe. Eu te jogo um beijo também, e caminho segura e firme até o elevador. Quase contente. Eu espero que as portas do elevador se fechem.
Eu finalmente estou de volta ao lado de lá. Onde você não me vê. Onde eu posso derramar todas as lágrimas que fiquei guardando, onde eu posso ter vontade de gritar. Eu sufoco o rosto no travesseiro e grito, grito, grito... tenho tantas coisas pra dar conta.
Tento me represar, ao menos por mais um dia. Conter a avalanche, que se eu não puder segurar, facilmente me soterrará. Não posso, agora não posso. Se eu olhar para o abismo, ele olhará dentro de mim. E me desvendará. E me engolirá. Estarei devorada e despedaçada então.

A cada dia eu digo: Só tenho que ficar de pé mais esse dia. Amanhã eu me deixo cair. E então amanhece. E eu digo tudo de novo. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Precisamos falar sobre nossos próprios limites

Tenho pensando muito sobre esse assunto. Sobre minha capacidade (ou não) de respeitar ou ultrapassar esses limites. Pelo quê, vale a pena (se é que vale) a gente se desrespeitar, ainda que seja só um pouco? Eu creio que não vale, nada vale. Mas também creio que a gente faz isso muitas vezes, mesmo achando que é só de vez em quando. E nunca, nunca é legal! 
Eu tenho me observado para definir onde tenho deixado passar do limite, onde tenho chegado ao limite e onde tenho ultrapassado o limite. E aqui esta propositalmente dúbio, pois quando olhamos com calma e de fora pra nós mesmos, observamos a dualidade de todas as coisas e de todos os sentires.
O trabalho  que suga  a energia, que só desgasta, que não reconhece precisa ser revisto; pois há um limite.
O amigo que nunca está presente, mas sempre solicita, que não vê tanta importância no seu sentir, precisa ser revisto; pois há um limite.
O amor que fere, que magoa, que polemiza todas as falas e que deixa de respeitar a sua vez, precisa ser revisto; pois há um limite.
E o tal limite, quem decide?
Ora, lógico que só há um ser capaz de mensurar o seu limite, e esse ser é você mesmo.
O que acontece é que vamos nos dispondo um pouco mais, sufocando sentimentos, sufocando nosso grito de 'chega', para não parecer que somos incapazes, sempre tentamos uma ultima vez. E é essa vez que, talvez, desgaste tudo o que foi construído para garantir que fiquemos intactos.
E haverá situações à nossa revelia?
Quase todas!!
O mundo acontece sem pedir licença, a vida vai "sendo" e pronto, não tem regra, não tem manual, mas tem a possibilidade de decidirmos quando parar.
Hoje, me dispo de amizades, amores, momentos, conversas, que estão além do limite do meu bem estar. E não se engane, tomar as rédeas da vida e decidir por onde seguir é sempre doloroso. 
Mas quem limita, ou não, é sempre quem conduz.
A tudo que fica por aqui, hoje, eu deixo um beijo.
Para o novo que vier deixo um aviso: Respeite meu limite! 
Eu e apenas eu, decido quando ultrapassa-lo. Assim, bem dualmente.

Beijos azuis.


Escrito por Mariah Alcântara
Publicado originalmente no Blog Flor do dia: Coletivo do Bonde
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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Alegria na dor e Vice versa






- Queria saber por que suas expressões verbais e corporais são tão avessas a doçura do seu olhar e sorriso mais Meigo que já vi.

- Seu ser é como ofertar uma rosa a alguém e ao mesmo tempo dilacerá-la entre s mãos.

- É um mistério que intriga-me desvendar, só para mergulhar em plena ternura quando as barreiras eu ultrapassar.

- Eu sei que no fundo é assim que você é, Não sei por que vive atras destas muralhas protegidas por um dragão imaginário que ataca toda vez que alguém lhe quer bem!

- Nem todo mundo quer te ferir criança. Não esconda-se entre estes muros pois é de feridas que torna-se forte.

- A espada é uma arma feita de queimaduras e pancadas, pura dor.

- a pérola feita pelos grãos de areias que ferem a ostra, outra vez pura dor!


- A vida veja só é feita de dor, o nascimento é o momento mais belo e doloroso para uma mãe. E da li em diante cada lagrima vale um sorriso e vice-versa.






quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Dias de luta

Enquanto assistia a um dos tantos jogos nessa Olimpíadas, que acontecem no nosso país este ano pude associar a tantas coisas e sentimentos que pulsam involuntariamente.

Tenho a consciência de tantas coisas que envolvem nosso país neste momento, mas não serei hipócrita em dizer que não me permiti sentar tantas vezes para torcer pela nossa seleção, seja no Handebol, Vôlei e me reunir com as amigas para assistirmos ao jogo de futebol feminino que brilhou naquela noite e que sempre brilhará independentemente dos próximos resultados.  

Durante a semana tantos outros jogos aconteceram, mas não com o mesmo final,  não com o mesmo resultado esperado e desde então algumas coisas mudaram de figura e tudo isso me fez pensar em quanto estamos preparados para perder. 

No fundo, no fundo acredito que na vida nos preparamos para ganhar,  mas também acredito que não ter o que se espera não é necessariamente perder.

A platéia quer o resultado esperado por ela e quando concentramos a nossa conquista apenas nessa pode acontecer a frustração, porque a platéia quer mais, a platéia muitas vezes não sabe o caminho que percorremos até chegar até ali. A sensação de decepcionar a torcida dói,  traz peso e o sofrimento fica ainda maior.

Como eu mesma deixei registrado para
a Seleção Brasileira de Vôlei Feminino, não é um título que não veio neste momento que tira a majestade, pois são rainhas.  Um título não conquistado não apaga um passado de lutas e glórias.

Em algum momento na vida será necessário sentar, ficar de fora, avaliar e quando voltarmos para o jogo será de novo com a nossa energia e com a mesma vontade de ganhar.

É preciso aconchego quando as coisas não saem da forma que nos preparamos para ser. É preciso tempo e discernimento para perceber que o mesmo que os olofotes não sejam focados para nós o passado não se apaga.

O que faz um campeão é mais que subir ao podium e sim todo o caminho que percorremos.

Por Renata







quarta-feira, 17 de agosto de 2016

ACORDA, NEGA! por Cris Couto

EU SEI QUE VOCÊ ME AMA

Após alguns revezes, percebo que o mês de agosto tem se acostumado a me receber em silêncio. Cada vez mais, tenho guardado esses dias para pensar nas formas que o amor se faz presente em minha vida.

O amor de mãe é o meu ápice. Ela amou meu pai à beira do infinito e da loucura. A separação de corpos preservou pouco tempo sua existência e a maior parte de sua essência. Quando decidiu morar com os filhos, amor foi sinônimo de sacrifício. Frente aos filhos e para os filhos, sempre foi a nossa leoa. Em seu quarto, sozinha, ensopava os lençóis de lágrimas. Já tinha passado por muitas tormentas e sua herança perene e valiosa são seus desejos que ressoam na gente.

Madrugada insólita e insana. Eu já estava pronta para viajar a trabalho quando ela acordou, me abraçou, chorou e pediu perdão. Não havia o que perdoar, todos foram gestos de seu infinito amor por mim e por meu filho. Sentiu a dor no peito, mas não entregou. Fez que me ouvia e lançou, pela última vez, o olhar mais doce que conheço nesse mundo. Até hoje, ando meio sem chão.

Dos parceiros que tive, carinho e aconchego eram o nosso “em comum”.  Mergulhei em paixões quentes e dispensei enlaces mornos. Os avassaladores me deixaram em frangalhos. Os sinceros são parte de quem sou, parte de minha história.

Na busca de amizades sinceras, tropecei em relações utilitaristas. Sina: foram várias e estavam em todos os lugares por onde passei. Quando eu não servia mais ou quando outra pessoa servia mais do que eu, começava a perceber que o grande engano era a minha crença no amor amigo, de bem comum, sem vantagem ou interesse particular.

Depois de duras quedas, amar sempre fica só para as fortes.

Da psicanálise aprendi que essa história é toda avessa. Quando amo, em verdade, quero o amor do outro para mim. Torno-me gestos e palavras que agradam o outro, que atraem seu olhar e seu afeto para o que eu sou. É isso que quero dele, o seu amor. Eu preciso de seu amor, de seu olhar e de seu afeto para existir enquanto ser humano e ser amado.  Nessa hora, os enamorados procuram sempre ser e estar no desejo de quem se ama.

E quando sou apenas o que sou e encontro alguém que me ama por isso? E aí fomos surpreendidas!!! Eu não preciso caçar e criar modos e maneiras para ser o objeto de desejo do outro, para ter seu olhar voltado para mim. É o seu olhar que procura a mim, que me aceita e me quer do jeito tosco que sou. Reconhecer-se como um ser que é amado é sentimento para poucos, a grande sacada e a grande surpresa.

Eu já disse muitas vezes “eu te amo”. Contudo, poucas pessoas escutaram o meu mais sincero “eu sei que você me ama”. Para essas pessoas, minha existência é gratidão. Para mim, perceber isso é sentimento raro e indizível.



Cris Couto, 17/08/2016

Sou Cris Couto: mulher, negra mãe e escritora.
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terça-feira, 16 de agosto de 2016

Tempo, mano velho

Sentada na pedra sinto o vento. E aprecio o silêncio. E o silêncio é um bálsamo na alma.
A vida segue vertiginosa. Hoje é terça, e quanto eu piscar os olhos já será segunda de novo. E tinha tanta coisa que eu devia ter feito! Tanta gente que eu deveria ter conversado, ou pelo menos mandado uma mensagem. O tempo me escapa feito areia pelos dedos, cada minuto raro, precioso, e eu preciso reter tudo o que for possível, porque chegará o dia em que não haverá mais nenhum minuto. Nenhum olhar ou gesto que faça sentido. Haverá o dia, e não demora, em que tudo será saudade. Ao invés de aproveitar o que resta, me distancio. Tentando ficar, já vou indo. Não por querer. Mas porque sinto sono, e cansaço, e desejo como nunca a exaustão completa, que me faria apagar a cada anoitecer e só despertar quando for a hora de correr. E correr de novo, e de novo, até que pare um pouco de doer. Se eu parar agora, se eu olhar agora, se eu pensar agora... Como seguir em frente? Como não travar de medo, de desespero, de pavor ou tristeza?
Estamos vivendo em tempo de velocidade. Um sociólogo já disse: o mundo hoje é como um rio coberto de gelo. Se ficarmos por muito tempo em cima dele, podemos afundar. Então, no tempo da velocidade, passamos correndo, não importa tanto pra onde, contanto que seja bem rápido. A velocidade acaba sendo mais significativa que a direção para onde se vai. Não há muito objetivo, o que queremos é chegar rápido em qualquer lugar. Como Alice que pergunta ao gato que caminho seguir, ao que o gato responde perguntando onde ela quer chegar. Tanto faz, ela diz. Então qualquer caminho serve, responde de novo o gato.

Qualquer caminho serve. Contanto que seja rápido. Contanto que a chegada seja aconchegante. Contanto que o abraço e o café não tenham esfriado ainda. 

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Precisamos falar sobre julgamentos (de novo)


Se há uma coisa que me cansa, é essa mania, idiota, de julgar o outro sem saber sua historia. Quando vamos parar de olhar os outros e, mesmo sem saber nada, diagnosticar o que sentem, pensam, fazem?
Tá feio, tá rude!
A bola da vez foi a mãe que foi vista no aeroporto com a criança no chão. Ninguém leu a história de tudo aquilo, mas o que importa? Bora lá julgar e ofender a mulher, afinal começa por isso; ela é mulher! Segue para o fato de ser mãe; e por fim, volta ao fato de que ela é mulher.
Ta horrendo viver nesse mundo de podres poderes.
Daí, depois de todo o blá blá blá, machista, misógino e a p**%$ toda, a cia aérea explicou. Alguém se retratou? Não, né?! Porque, afinal de contas era só uma mulher!
E por aí vai.
E esse é só um exemplo que viralizou na internet.  O que não falta são julgadores da vida alheia.
Basta a gente olhar para o lado e ver alguém com uma atitude que não concordemos, ou mesmo uma opinião, e vamos lá apontar o dedo para o tal alguém e deduzir seus ideias, sentimentos e pensamentos e jogar isso como uma realidade, á completa revelia do tal alguém.
E que tal, só que tal, a gente parar de fazer isso e olhar o próprio rabo? Assim, quase sem querer?
Somos (ou deveríamos ser) uma sociedade, inteligente, pensante, conectada. Então isso deveria ser out das vidas cotidianas.
Então repito: se, e somente se, a gente se ocupasse da gente mesmo?


Escrito por Mariah Alcântara
Publicado originalmente no Blog Flor do dia: Coletivo do Bonde
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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Dizer não também é amor

Se todo dia é dia de aprendizado, não sei, mas alguns dias me acontecem algumas coisas que me levam a conclusão que realmente não somos os mesmos todos os dias.

Observei em uma visita rápida e uma conversa casual quantas vezes posso dizer não em um período tão curto.  A visita foi de um ser humano de dois anos de idade mas com uma capacidade imensa de me fazer feliz pelo simples fato de existir, meu afilhado.

Enquanto sua mãe e eu tentávamos manter uma conversa em meio suas travessuras e fofices perdi a conta de quantos nãos dissemos. Me coloquei no lugar dele e talvez se tivesse essa idade a única palavra que teria de cor seria o NÃO.

Não mexa nisso,  não é brinquedo, não faz assim, não perde a chupeta, não bate na madrinha, não pisa aí...

A medida que o tempo passa os nãos partem de outros protestos mas são firmes e até contraditórios, aos nossos sentimentos,  aos acontecimentos. Muitas vezes só surgem não porque bel prazer,  mas porque pode trazer a sensação de que só assim é possível proteger,  evitar os riscos, a queda, a dor.

E será mesmo que é possível evitar a dor,  se quando dizemos não pode ser a causa dessa sensação?
Se quando tentando evitar a dor posso eu mesma causa la em mim?

Dizer não também é amor, mas dizer sim nem sempre o é. É possível dizer tantos sim's durante apenas um dia.
O Sim já é positivo e muito mais aceito que o não, dizer sim pode trazer aceitação, muito mais companhias e até alegrias.

Um não pode anular todos os sim's que já foram ditos, colocar tudo a perder.
Mas tudo? Tudo que não foi verdade?
Sim, porque qualquer situação pode caber o não e se um coloca tudo a perder certamente a relação não foi real ou verdadeira. Era utopia.

O não pode ser liberdade tal como pode ser uma prisão.

Pode ser culpa ou perdão.

O Sim pode ser conveniência e o não,  o não pode ser mais amor do que é possível demonstrar e fica doendo, rondando os pensamentos repetidas vezes para convercer a mim mesma de que não dava pra ser diferente. Simplesmente amo e quando amo protejo e que mesmo me sentindo incompreendida suporto esse sentimento, mas não suportaria a culpa por ter dito sim, parecer boa moça mas no íntimo ter a certeza de que será esse o sim que trará o sofrimento tão próximo, quase simultâneo a sensação de tê lo recebido.

Por: Renata





quarta-feira, 10 de agosto de 2016

ACORDA, NEGA! por Cris Couto

Sabe aquela sensação de vazio?

Sinto um vazio enorme dentro de mim... Depois de pairar o dia e um rompante de gula, cá estou eu, agora, escrevendo. Esperança de que isso sirva de cobertura possível, pelo menos, por um breve momento.
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons
Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb
(Comfortably Numb – Pink Floyd)

Decidi pesquisar no Google o que isso significa. Sou dessas. Digito “sinto um vazio enorme dentro de mim” e clico na lupa. Aproximadamente 511.000 resultados. Já me sinto mais humana agora.
O Yahoo Answers foi top de lista. Não fui ver o que é que tinha lá. A opinião da galera tem seu valor, eu sei, mas aquelas... quando você acha que seu problema é sério, quer uma opinião especializada, até mesmo para não se confundir com o tanto de coisa que todo mundo diz!
Bom, os especialistas dizem que o vazio existe, sempre esteve lá. É que a gente o acoberta com alguma coisa. Mas toda cobertura é provisória e quando ela não satisfaz ou não se sustenta mais, o vazio aparece. Bem psicanalítico isso!
Também acho que seja por aí mesmo. Não faço tantas coisas assim que me oprimem. Na verdade, hoje tenho tempo livre e a chance de fazer mais coisas que gosto. Mas o vazio está bem aqui, comigo, agora, me endoidecendo de não-sei-lá-o-quê! Quanto mais tempo tenho para fazer o que gosto, menos coisas eu faço. Essa equação é sem jeito!
Ok, ok. Procurando encaminhamentos. Mais um clique.
Cuidado! A gente se horroriza com a sensação de vazio e logo queremos lançar mão de qualquer coisa para preenchê-la. Sim, o sentimento do vazio pode ser bem desesperador e, geralmente, fazemos escolhas péssimas e exageradas na busca de uma satisfação imediata. Amores insuficientes, gula insana e embriaguez são alguns preenchimentos provisórios e precisamos pesar bem a relação custo-benefício antes de lançar mão deles.  Algumas escolhas trazem sequelas profundas, quando não alargam ainda mais a sensação de vazio. Nessas horas, dizer “não” é estado de equilíbrio.
Bom, para quem ainda não encontrou uma coisa bacana para preencher o seu vazio, mesmo que de maneira momentânea: coragem, não desista! Sim, é autorizado ter lugar para você mesmo em sua vida. Tem uma turma que aposta que esse horror que temos frente à sensação de vazio possa ser convertido em ato criativo. Seria essa a saída dos artistas e das pessoas que se destacam na humanidade ou em sua comunidade por seus feitos e ideais. Hoje, reconhecemos os grandes clássicos da música, os mais inspirados poemas e as mais belas pinturas, mas tem mais, muito mais! Quem fez aquelas maravilhosas luzes roxas no cabelo da sexagenária ou o grafite surreal no muro do vizinho? E olha que muita gente ainda não conhece o delicioso bolo de fubá com goiaba da minha tia.
Se alguém tiver botando reparo aqui, avise quando eu chegar lá!

Cris Couto, 10/08/2016

Sou Cris Couto: mulher, negra mãe e escritora.
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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Gratidão e aconchego

E hoje eu queria te contar de como meu coração ficou aquecido ao saber de você e receber uma mensagem tão amorosa. Amor que transbordava de cada palavra e de cada intenção. E queria te falar de como meus olhos marejaram hoje de manhã quando eu li. 
Também é impossível que eu não diga sobre como a vida anda alucinada nessa temporada. Tenho acordado as cinco e dez todos os dias, faço café, arrumo as coisas, deixo filho na casa do pai pra ele poder ir pra escola e vou pra minha, onde tudo é novo. Nem o nome deles eu decorei ainda, são só quatro dias. São fofos, mas lá é tudo tão diferente que estou me acostumando. Saio de lá correndo pra segunda escola, a que já estou acostumada, onde torço pra chegar a tempo de almoçar. 
Normalmente dá pra almoçar e na maioria das vezes tem até dado pra escovar os dentes depois do almoço! 
E então chegam os da tarde. E os da tarde não tem culpa que eu já trabalhei de manhã: eles também merecem uma professora que não esteja cansada. E então eu coloco de novo um sorriso na cara, porque eles merecem. E eu sei que se tem alguém de nós que consegue entender o que é encarar a profissão quase como um sacerdócio, esse alguém é você, porque você, como eu, se apaixona sempre pelo que faz.
É disso que somos feitas. Foi pra isso que nascemos. Sair por ai espalhando amor. E sabe o que eu tenho aprendido? As pessoas mais felizes que eu conheço sempre tem alguma coisa pra dar, pra oferecer. Entre as pessoas mais infelizes, o time que acha que o mundo lhes deve algo. E alegremente entendo que eu e você somos pessoas que jorram na direção dos outros, feito água que mata a sede, tirando de onde não temos pra oferecer, porque isso nos deixa felizes.
Hoje eu orei por você. Uma oração salpicada de ternura. Pra que seu olhar continue brilhante, pra que sua alegria continue contagiante, para que a vida que transborda de você possa continuar sendo recuperação da vitalidade e da esperança de todos que se aproximam de você.
É muito bom saber que existe quem transborda. Quem oferece e aconchega. Eu já tenho tanta sorte na vida, e a cada dia descubro uma nova beleza, uma nova forma de ser mais e melhor. Porque o amor que a gente tem as vezes nem cabe no nosso tamanho. Mas aí então a gente cresce. E passa a caber esse e ainda mais.
A gente cresce. A gente pode. E isso é bom demais. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

E você? O que você traz na alma?


Deixarei, essa imagem e pergunto o que vêem?
Contem me o que borbulha na sua mente ao olhar esta imagem?
Do que sua alma é feita?
como você vê o mundo que o cerca?



As vezes digo muito sem dizer nada!
Uma ardente sexta a todos!

_Keila Almeida_

Há esperança!

Em dias que parecem não ter fim, onde a dificuldade parece tirar as forças e que não há luz no fim do túnel,  a esperança renova a força.

Percebo que os dias mais dolorosos são os dias sem esperança, talvez por isso a morte pareça algo tão triste e sombrio. Quando o corpo perde suas funções fisiológicas e vai perdendo o movimento da respiração, mudando a cor, trocando o cheiro, quando não há mais o som da voz,  da risada ou choro, quando não há mais fome ou vontade de comer a dor se faz. 

Talvez não seja a morte que faz a dor, mas a falta de esperança, a falta da rotina de ver alguém saindo ou voltando para casa, a esperança da cura de uma doença diagnosticada incurável, mas que a fé em algo ou alguém causava essa esperança de dias melhores. 

"Para tudo se tem um jeito, menos para a morte", ouço e digo essa frase tantas vezes desde a infância e agora penso que para algumas coisas não há jeito não e para outras a morte é a solução. 

E existe mortes diferentes. Quando um relacionamento, seja fraterno ou romântico acaba a falta da esperança, de acreditar em algo que pudesse continuar dando certo acaba também e logo vêm a dor, o luto se faz e cada um viverá esse luto de sua forma.

Dias com esperança são dias claros, dias que fortalecem. Algumas vezes esse sentimento é causado por alguém ou alguma coisa muito especial, de forma singela. 

Um gesto simples, um aconchego,  um afago inesperado, um abraço saudoso e caloroso, uma xícara de café, receber ou fazer uma visita após um dia cansativo, um telefonema, um abraço coletivo, uma surpresa, são tantas coisas que são ditas como pequenas e que são tão grandes e que tornam a vida melhor e que mudam vidas inteiras.

Receber esperança por meio de alguém é bom, mas ofertar esperança é ímpar. É sentimento que aquece, alimenta e tira um pouco do cansaço emocional que a tristeza é capaz de causar.

É preciso acreditar que o bem que somos capazes de fazer não é pouco, que a generosidade que dispenso aqui se ligará a outra a frente e que juntos criamos elos de afetividade capazes de envolver famílias inteiras e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. Afinal, fazer o bem é para quem tem coragem.

Por: Renata


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ACORDA NEGA! por Cris Couto

Oco, fosso e fundo

Palavras ecoam no vazio
E tudo é oco, fosso e fundo

Não há nada comigo
Permaneço em expectativa
Vida, inexorável vida
Os caminhos imaginados são imaginários
E as certezas esvaecem

O transitório é única certeza
Seguros de que nada nos segura
Até percebermos que a chegada é ponto de partida

Cris Couto, 03/08/2016


Sou Cris Couto: mulher, negra mãe e escritora. 
Publico no blog Flor do Dia: Coletivo do Bonde às quartas-feiras
Gostou? Leia outros textos meus em:

https://www.facebook.com/criscouto1010/

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Só pra dizer...

Cada dia temos menos tempo. Você quase não reclama, e isso corta ainda mais meu coração.
Você diz que as pernas travam. Pelo resultado dos exames, você nem mesmo poderia estar andando...
Você tá sentindo dor todos os dias, mas mesmo assim se deita em silêncio. Daí eu vou fazer companhia pra você e ainda existe um sorriso pra mim...
Queria te abraçar, te reter um mim, porque sei que cada dia você está indo um pouquinho mais embora. E não há nada que eu possa fazer a não ser te oferecer um pouquinho mais de companhia, conforto... Você passa o dia lendo em silêncio, até a hora que eu chego, e aí eu te pergunto como foi o dia, e falo como foi o meu dia, e ligo a televisão, e a gente vai ver novela juntos, enquanto meu filho pula pela casa e o silêncio se esconde atrás de alguma porta de armário. Quando eu me despeço pra dormir, você volta ao silêncio, você tem aguentado firme a dor diária que nunca passa... Você ainda guarda todo dia o seu sorrisinho pra mim, e palavras gentis...

Tem dias que não posso evitar de pensar como será quando não houver mais o seu sorrisinho e a sua meiguice... Como vai ser quando a casa realmente estiver mergulhada no silêncio, e eu não precisar voltar correndo do trabalho pra te perguntar como você passou o dia, nem tiver motivo pra telefonar no meu horário de almoço só pra te dar um oi e saber que tudo está sob controle. Eu sei que vou sentir tanto tanto... Mas mesmo assim, a única coisa que eu realmente peço, todos os dias, é que essa dor não aumente. Que sua passagem seja suave, tão suave e delicada como sempre foi sua presença na minha vida. Seu amor sempre me salvou. 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Precisamos falar sobre discrição e respeito.


Não raro vejo que as pessoas andam perdendo, cada vez mais, a discrição das coisas; E não vou te enganar, não. Isso é feio a beça pra não dizer outra coisa.
É preciso que conservemos certa ética para coexistir. E eu nem falo de segredo, falo apenas de tomar conta da própria vida e deixar o resto em paz (faz favor!). Sempre me considerei uma pessoa discreta, e sempre foi motivo de orgulho pra mim, mas nos últimos dias tenho visto que isso se torna necessário.
Tenho notado, de forma clara, as pessoas espalharem detalhes sobre as outras que são completamente irrelevantes e desnecessários para informação de outrem. Isso tem passado a me incomodar.
Então vou dar umas dicas:
Não é assunto seu? Não se meta!
Não contaram para você? Não lhe compete!
Contaram para você? Guarde pra si!
Te deram uma noticia pessoal, não foi legal, mas não contaram detalhes? Respeite isso!
Vamos ser respeitosos com as pessoas que confiam em nós, seja para contar uma coisa pessoal, ou um fuxico. E evite levar adiante.
Quando você espalha uma história que ouviu, quando conta a todo mundo um detalhe sobre a vida de alguém, quando questiona assuntos doloridos por mera curiosidade; isso não faz de você uma pessoa amiga e interessada. Isso faz de você uma pessoa fofoqueira, curiosa, anti ética e desrespeitosa.
Então, pense em como é o inverso, quando você não é a pessoa fofoqueira, mas a pessoa fofocada?
Viver em sociedade exige um código de ética que consiste, acima de tudo, em bom senso e respeito.
E a vida segue!

Beijos azuis.

Escrito por Mariah Alcântara
Publicado originalmente no Blog Flor do dia: Coletivo do Bonde
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