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terça-feira, 11 de outubro de 2016

O momento existe

Só o momento existe.
Hoje estou olhando para todo mundo e tendo a sensação que são todos crianças. Estado de graça. Uma vez me disseram que amar é enxergar cada pessoa como Deus sonhou (antes de se transformarem no que acabaram se transformando depois). Faz sentido.  Um Deus onisciente não sonharia. Não faz sentido sonhar quando você já sabe tudo o que vai acontecer. Mas o Deus presente no meu coração sonha. Sonha com o dia em que o ser humano vai surpreendê-lo com seu livre arbítrio e também ensiná-lo a amar mais e melhor. Sim, o Deus do meu coração aprende a amar com sua criação, tal qual a gente vai aprendendo com os filhos os amores infinitos e incondicionais que nos permitimos sentir.
Hoje todo mundo que eu olhei tinha um brilho lindo nos olhos, especialmente quando sorria. Vontade que essas crianças nunca deixassem de sorrir... Por quê nós todos nos perdemos tanto em sofrimentos desnecessários?
Ontem tava tentando responder pra mim mesma e outros sobre quem somos, de onde viemos, para onde vamos... Eu tenho certeza que só estamos juntos nesse mundo pra aprender a amar melhor. Ou amar de verdade, sei lá. E a gente vai fazendo experimentações. Experimenta com mãe e pai, irmãos, amigos, homens e mulheres, depois experimenta com os filhos... Com cada um deles a gente vive uma forma diferente de amor e vai saboreando, e vai vendo o gosto que isso tem e os sentimentos que produzem na gente...
Nada na vida me faz mais feliz que gente. E pedagoga que vou, ver além do que mostram, entender o potencial que tem e puxar pra luz. Como pedagoga, sou meio parteira. De alguma forma vejo o que brilha por dentro dos machucados, das feridas, dos medos. Essencialmente aprender significa remover muros e deixar de ter medo. Pra poder ser livre. Eu sinto que vivo pra isso. Pra ajudar as pessoas a se trazerem verdadeiramente pra luz, parindo a si mesmas num trabalho de parto que é pura metamorfose.  Não antes de parir a mim mesma, com todas as noites escuras, os desesperos, os fantasmas, as saudades, os pavores... Porque experimentar tudo isso me ajuda a reconhecer isso nos demais, me ajuda a todo dia lembrar que o outro é feito da mesma essência que me habita...
Tá bonito esse caminho... Muito bonito. E eu, que tantas vezes quis me agarrar em perspectivas de futuro, agora estou inteira no hoje. Experimentando e vivenciando.

(Publicado originalmente em 2012)

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