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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Ainda na onda do "Sem querer"

Com certeza você já ouviu alguém dizer: "Não sou grosso, só trato as pessoas do jeito que me tratam". Ou então: "Minha educação depende da sua".
Sempre que ouço esse tipo de colocação, tenho vontade de perguntar: "E você, quem é?"
Porque se só reagimos ao que o mundo nos traz, estamos ao sabor das ondas. É como se não tivéssemos vontade, nem decisão alguma. Então, se eu não decido meus próprios caminhos, o que quer me aconteça é pura obra do acaso?
Conheci uma moça que, quando criança, era obrigada a comer chuchu. Conta ela que vez após vez, ela dizia para a mãe que não gostava de chuchu. Um dia a mãe perdeu a paciência e perguntou: "Você sabe que vai ter que comer, por quê sempre tem que dizer que não gosta?" Criança ainda ela já foi capaz de dizer: "Porque se eu sou obrigada a comer, pelo menos tenho o direito de continuar dizendo que não gosto".
A gente esquece esse pedaço. A gente acaba se acostumando, e de repente até pensa que gosta de determinadas coisas, se não aprende e não permite a própria voz.
É preciso que tenhamos voz, e não renunciemos a ela. Pra não se ferrar "sem querer".
A gente pode tomar qualquer decisão na vida. Mas que seja querendo. E eu estava aqui pensando que minhas amigas mais próximas tem isso em comum: elas choram, sofrem, gargalham, vivem... tudo QUERENDO. Sabe aquela história de "descubra quem você é e seja de propósito?' Bem isso.
A decisão não é do outro. É nossa. Que nós possamos ser quem queremos. Mas sobretudo que aprendamos a querer, profundamente, quem nós somos. Porque valemos a pena.

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