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segunda-feira, 3 de abril de 2017

Sem você eu não sobrevivi. Aprendi a viver.

Foi em um sábado de manhã, depois de todo um sexta-feira romântica, as crianças na casa da avó, mil planos para o final de semana cheio de amor que viria...
Encontrei a mesa posta, um café da manhã de novela. Ainda de forma romântica, quase teatral sentei à mesa e nos demos as mãos, dei meu maior sorriso, aquele que grita amor e felicidade. Então ouvi a frase "Querida, eu não posso mais continuar. Terminamos aqui."
O chão sob os meus pés cederam sem se mover, o sorriso se transformou numa careta de choro e eu aceitei. Sim, aceitei. Já eram tantas idas e vidas que eu simplesmente não podia mais. Eu também não podia continuar.
Levantei-me da mesa de café e voltei pra cama, lugar que me acolheria por meses a frente.
Entrei em um processo de chora, trabalha, dorme que nunca tinha fim. Foram 6 meses.Em dias de folga eu não me levantava.As crianças aprenderam a se cuidar e até a cuidar da própria comida. Eu, morta viva, segui na sobrevida.
Mas um dia eu abri os olhos e o café quente voltou a ter cheiro. Montei minha própria mesa e arrisquei um sorriso de novela para o suco de laranja que parecia doce e ele estava mesmo! Arrisquei olhar em volta e apreciar o meu trabalho. E eu desbravei os lugares que me permiti ir. E descobri que viajar não era tão caro, tão complicado e tão difícil quanto eu ouvia, descobri que me dar presentes era necessário, que ter amigos era essencial, que eu podia ir ao cinema, ao parque e ao teatro sozinha e isso seria muito bom.
Foram tantas coisas que eu fui aprendendo com os dias que eu descobri, que de amor não se morre. Mesmo quando temoa  certeza que não sobreviveremos. Aliás, não sobreviver é a melhor coisa.
Sem você eu não sobrevivi. Aprendi a viver!


Beijos azuis


Escrito por Mariah Alcântara
Publicado originalmente no Blog Flor do dia: Coletivo do Bonde
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