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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Precisamos falar sobre dor.


Esses dias pensei muito sobre dor.
Um amigo querido se foi, uma amiga querida e eu nos desentendemos, a saudade, a incerteza do amanhã, as lágrimas que chegam no meio da noite, a sensação de vazio, de solidão, o cansaço...
Essa coisa que, às vezes, tira nosso ar e a gente nem sabe ao certo como é que acontece. 
Essa coisa que a gente sente quando briga com o filho, com o amor, com o amigo querido.
Essa coisa que tira as palavras e deixa a gente seguir a esmo entre sentimentos.
A dor!
E aqui é um assunto vasto.
A dor do corte na pele, a dor da saudade (de novo) no peito, a dor da palavra dita de qualquer jeito, a dor da morte, a dor do termino, a dor do erro, a dor do acerto.
Sim, alguns acertos doem também.
E agora que sabemos quase tudo sobre dor, o que a gente faz com isso?
Ah, caro leitor, que caminho longo e individual temos bem aqui, não é mesmo?
Acho que não tem fórmula, não tem script, não tem certo ou errado quando se trata de sentir.
Quando terminei um romance, há tempos, lidei sofrendo e com depressão, a recuperação veio só depois. Quando meu filho me ofendeu, a dor foi tratada com lágrimas e longos dias de quase completo silêncio. Foi necessário. 
Quando doeu sentir o desprezo, quase sem querer, de uma amiga querida eu chorei. Quando doeu ver o pavor no rosto da outra amiga, eu ficava até de manhã no telefone; até saber que ela dormiu em paz. Quando doeu ver a outra amiga sofrer a perda do seu pai, eu abracei. 
Quando dói olhar a vida como segue agora, eu me calo, me permito uma lágrima e vou em frente.
A dor é parte da vida, é parte do todo, é parte do ser.
A dor é um pouco do que somos e um pouco do que provocamos.
Então, que sejamos capazes de entender mais e ferir menos. 

Beijos Azuis


Escrito por Mariah Alcântara
Publicado originalmente no Blog Flor do dia: Coletivo do Bonde
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Um comentário:

  1. Sinto pela sua dor.
    Sim, pausa para que sintamos nossas dores.
    Só depois disso é vida que segue.

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