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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Padrão



Eu era algo talvez quadrado, quem sabe curvo, ou inclinado.
Eu tinha, uma abertura, ou nenhuma, talvez tinha duas e tantos de largura por outros tantos de altura.
Eu tinha um brilho, talvez fosse reflexo e uma luz própria ou peguei emprestada.
Eu tinha um contexto, ou só um pretexto eu tinha razão ou talvez não.
Eu tinha certezas, maiores que as dúvidas, talvez vice e versa ou etc.
Eu tinha tudo cheio de nada. Eu era completa de tão incompleta.
Eu era feliz, sou ou serei, é tudo constante em minha inconstância.
Eu tinha um ideal, talvez um sonho ou até utopia.
Eu tinha um ponto, talvez reta ou curva.
Minha única certeza é que não havia você.
Todo gráfico tem seu ponto 0.
Toda reta tem seu ponto.
Toda curva tem seu centro.
Eu e você podemos ser um conjunto vazio.
Não importa o que fomos, estamos prontas e juntas para recomeçar, reaprender.
Não importa nossas experiências ou falta dela.
Não cabe nada aqui, além do novo.
Taças vazias de agora em diante.
Sem culpas, cobranças sem necessidades de certezas.
Não precisa haver chão, terra firme tem seu ponto fraco.
Assim como o ferro é derretido pelo fogo.
Garantias não são nada, assim como o pra sempre, sempre acaba veja, pois somos mortais.
Eu tinha medos de tão segura. Eu tinha coragem de tão insegura.
Eu tinha... Passado.
Hoje... Eu tenho necessidade, urgência.
Amanhã ... impermanência!


_Keila Almeida_

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